A linguagem não verbal olfativa
Saudações! Dando seguimentos às postagens, nesse post, nos deteremos na linguagem não verbal olfativa, mas vale destacar que há outros tipos de linguagem não verbal.
Há a linguagem verbal e a linguagem não verbal. A linguagem verbal, de maneira bem simplificada, é aquela que se utiliza de signos linguísticos. A linguagem não verbal, entretanto, caracteriza-se pela utilização de outras formas de linguagem, que não a gráfica, como por exemplo a utilização de gestos, sons, cheiros, etc.
A LINGUAGEM NÃO VERBAL OLFATIVA
Os odores desempenham um papel crucial na comunicação não verbal. A linguagem olfativa refere-se à comunicação e interpretação de odores, seu impacto em nossas emoções e comportamentos. Essa comunicação pode evocar memórias, sentimentos e associações culturais, influenciando nossas decisões e ações. Nesse sentido, destaca-se a existência da Linguística Olfativa, que investiga como diferentes fragrâncias podem ser associadas a sentimentos específicos, como conforto segurança ou até mesmo aversão. Ademais, "para a bioquímica Bettina Malnic (2008), os cheiros afetam nossas vidas de três formas principais: a) funcionam como alerta de perigo, por exemplo, a fumaça como sinal de fogo e o cheiro de enxofre em um ovo podre que pode nos fazer mal; b) evocam memórias do passado e deflagram emoções; c) provocam prazer, como ao sentir o aroma do café fresco ou o bolo recém-saído do forno" (Silva, 2015, p.61).
A LINGUAGEM OLFATIVA NA HISTÓRIA
A relação entre os odores e a comunicação não é algo novo, e na Antiguidade os cheiros já comunicavam e denotavam significados, como por exemplo "acreditava-se que o mau hálito e o mau cheiro, por exemplo, eram amostras da maldade ou da corrupção moral que a pessoa escondia dentro de si. Ter um hálito perfumado, ao contrário, era exalar a doçura da vida e atestar a pureza da alma de uma pessoa. Para os antigos, a mente e a alma ou força vital eram concebidas elas próprias como essências. O “ato de emitir e inalar odor, portanto, não eram simplesmente pensados como processos sensoriais, mas como modelos para a expressão e aquisição de conhecimento e vida” (CLASSEN, HOWES, SYNNOTT, 1996, p. 59). Esse é um dos exemplos de como os odores eram importantes e carregavam significados específicos para cada povo.
Na antiguidade egípcia "os perfumes, assim como os adornos e as vestes luxuosas dos nobres eram utilizados para manter uma aparência distinta, simbolizando poder, riqueza e sedução" (Silva, 2015, p.66). Aí já se pode perceber que os cheiros também estão ligados a noção de poder e status social, desde os primórdios.
Ainda sobre esse assunto, conforme Rocha (2015), somente as pessoas mais importantes e mais ricas tinham privilégio no uso de perfumes: havia talcos perfumados para os banhos secos, fervura de pétalas e ervas para os banhos com água e outros luxos e até mesmo pratos culinários deliciosamente fragrantes, como as carnes, que eram recheadas de flores e temperos antes de serem assadas ou cozidas, e as sobremesas, que levavam na receita algumas especiarias importadas da Ásia e da América, por exemplo, o mel, a baunilha, a canela e o cardamomo.
ALGUMAS APLICAÇÕES DA LINGUAGEM OLFATIVA
A linguagem olfativa é fortemente utilizada no setor de publicidade e marketing, uma vez que a utilização dos cheiros certos pode despertar os mais variados sentimentos, levando a promoção de um determinado produto. A combinação de aromas também é utilizada na gastronomia, pois uma boa combinação de cheiros pode atrair a clientela e despertar bons sentimentos.
Como já mencionado no início deste post, há também outras linguagens não verbais. Para conferir, clique em um dos links abaixo:
Andreza Alcantara - Expressões faciais
Flaviane Carvalho - Signos e símbolos
Ludmilla da Silva - Entonação vocal
Luis Henrique - Háptica/toque
Maria Carolina - Silêncio
Mariana Oliveira - Gestos
Raimundo Nonato - Oculares
Ramon Cristian - Postura corporal
Verania Keline - Paralinguagem
Priscila Mendes - Como os sinais não verbais afetam o discurso verbal
Referências
- CLASSEN, Constance; HOWES, David; SYNNOTT, Anthony. Aroma: a história natural dos odores. Tradução Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996.
- ROCHA, José Manuel Sacadura. Civilização e culinária. Acesso em: 31/03/2025, 12h34.
- SILVA, A. C. M. O perfume: linguagem literária olfativa e adaptação filmica como (re)criação. Orientadora: Profa. Dra. Célia Arns de Miranda. 2015. 202f. Dissertação (Mestrado) - Letras, UFPR, Curitiba, 2015.
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