Motivações pragmáticas: os atos de fala

MOTIVAÇÕES PRAGMÁTICAS 

    Segundo Wilson (2011), das relações que os signos estabelecem em vários âmbitos, nascem as motivações pragmáticas, que tem como foco o "uso", originam-se três vertentes: a semântica, que investiga as relações dos signos com os objetos; a sintaxe, que estuda a relação dos signos entre si; e a pragmática se debruça sobre as relações dos signos com os intérpretes. 
    Dentro da pragmática, que pode ser entendida como teoria do uso linguístico, há a noção de atos de fala, e esse será o enfoque desta postagem.

OS ATOS DE FALA 
    
    A teoria dos atos de fala, originada dos estudos da filosofia da linguagem, é um modelo teórico que foi desenvolvido dentro dos campos de estudo da pragmática. O precursor desta teoria foi John Austin, em seu livro Quando dizer é fazer. A teoria dos atos de fala considera as frases da língua como ações sobre o real. Para Austin, dizer algo implica em executar três atos simultâneos: ato locutório, ato ilocutório e ato perlocutório. 
    O ato locutório está relacionado ao nível fonético, sintático e de referência (conteúdo linguístico usado para dizer algo);
    O ato ilocutório, considerado o central para Austen, tem a força performativa, que está associada ao modo de dizer algo e como o que foi dito é recebido em função da força performativa que foi utilizada;
    O ato perlocutório, por sua vez, tem a ver com os efeitos causados sobre o outro a partir do ato ilocutório. 

Fonte: google

Na prática, tomando como exemplo o trecho de um bilhete deixado por uma mãe a um filho, ao sair de casa, tem-se: 

"Filho, acho que via chover mais tarde. Tire as roupas do varal com antecedência para não molhar."

No exemplo acima há um ato locutório, realizado pelo conteúdo linguístico do trecho do bilhete, há um ato ilocutório, com força performativa de ordem de ação que a mãe emite para o filho e há um ato perlocutório, em que a mãe produz efeito de ordem para o filho. 

Referências

WILSON, V. Motivações pragmáticas. In: MARTELOTTA, M. E. Manual de linguística. São Paulo: Contexto, 2011, p. 87-110.

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